sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Cedo demais...

Ok... João não está tirando tão de letra assim... teve uma crise de choro essa semana na escola.
Que passe logo essa fase de adaptação (de todos nós!).

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Rifa-se um Coração - Clarisse Lispector

Ouvi esse poema de Clarisse Lispector hoje no rádio (acredite se quiser! acho que foi na Band FM), recitado por Arnaldo Jabor. Fiquei encantada ouvindo, tanto pelo texto, como pela forma que foi recitado... e aqui, repasso. Achei lindo! 


Rifa-se um coração quase novo.
Um coração idealista.
Um coração como poucos.
Um coração à moda antiga.
Um coração moleque
que insiste em pregar peças no seu usuário.

Rifa-se um coração
que na realidade está um pouco usado, meio  calejado,
muito machucado e que teima em alimentar sonhos
e cultivar ilusões.
Um pouco inconseqüente
que nunca desiste de acreditar nas pessoas.
Um leviano e precipitado coração
que acha que Tim Maia estava certo quando
escreveu...
"...não quero dinheiro, eu quero amor sincero, é isso que eu espero...".
Um idealista...
Um verdadeiro sonhador...

Rifa-se um coração que nunca aprende.
Que não endurece, e mantém sempre viva a esperança de ser feliz,
sendo simples e natural.
Um coração insensato
que comanda o racional
sendo louco o suficiente para se apaixonar.
Um furioso suicida
que vive procurando relações e emoções verdadeiras.

Rifa-se um coração
que insiste em cometer sempre os mesmos erros.
Esse coração que erra, briga, se expõe.
Perde o juízo por completo em nome de causas e paixões.
Sai do sério e, às vezes revê suas posições
arrependido de palavras e gestos.
Este coração tantas vezes incompreendido.
Tantas vezes provocado.
Tantas vezes impulsivo.

Rifa-se este desequilibrado emocional
que abre sorrisos tão largos
que quase dá pra engolir as orelhas,
mas que também arranca lágrimas e faz murchar o rosto.
Um coração para ser alugado,
ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes.
Um órgão abestado
indicado apenas para quem quer viver intensamente,
contra indicado para os que apenas pretendem passar pela vida
matando o tempo,
defendendo-se das emoções.

Rifa-se um coração
tão inocente que se mostra sem armaduras
e deixa louco o seu usuário.
Um coração que quando parar de bater
ouvirá o seu usuário dizer para São Pedro
na hora da prestação de contas:
"O Senhor pode conferir.
Eu fiz tudo certo, só errei quando coloquei sentimento.
Só fiz bobagens e me dei mal
quando ouvi este louco coração de criança
que insiste em não endurecer
e se recusa a envelhecer."

Rifa-se um coração,
ou mesmo troca-se por outro
que tenha um pouco mais de juízo.
Um órgão mais fiel ao seu usuário.
Um amigo do peito que não maltrate tanto o ser que o abriga.
Um coração que não seja tão inconseqüente.

Rifa-se um coração cego, surdo e mudo,
mas que incomoda um bocado.
Um verdadeiro caçador de aventuras que ainda não foi adotado, 
provavelmente, por se recusar a cultivar ares selvagens ou racionais,
por não querer perder o estilo.

Oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree.
Um simples coração humano.
Um impulsivo membro de comportamento
até meio ultrapassado.
Um modelo cheio de defeitos
que mesmo estando fora do mercado,
faz questão de não se modernizar,
 mas vez por outra, constrange o corpo que o domina.
Um velho coração
que convence seu usuário a publicar seus segredos
e a ter a
petulância de se aventurar como poeta.

On the wish list...

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Adaptação à nova escola (e cidade)

Os meninos esse ano, por necessidade, estão frequentando a escola em tempo integral. Enquanto o João está tirando de letra - sinto pelos seus comentários o quanto está gostando da nova rotina, Gustavo está estranhando o fato de ficar tanto tempo na escola.
Já teve dor de barriga (o que motivou sua saída da escola mais cedo), já chorou, questiona (diariamente) por que tem uma professora de manhã e outra à tarde, enfim...

Ontem, ao se arrumar pra ir à escola (após a sessão de choro matinal), me avisou que ia ter dor de barriga de manhã, e que por isso eu podia ir buscá-lo logo depois do almoço.

Esse menino...

Viver a vida

A Globo (e o Manoel Carlos) foram fundo mesmo nessa iniciativa... http://www.sonhosdeluciana.com.br/.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O cotidiano de duas cidades

Engraçado observar as diferenças entre Rio e São Paulo.

A começar pelas pessoas. As cariocas são mulheres naturalmente sensuais. Saio nas ruas de cabelo molhado e havaianas sem me sentir a mulher mais desarrumada do mundo. Pelo contrário. O Rio dispensa excessos nas produções. O bronzeado da pele já ilumina o visual. Não que uma maquiagem não seja benvinda. A mulher carioca é camaleoa, pode se produzir, ou ficar ao natural, que está sempre linda.

Experimente ir à padaria num domingo de manhã em São Paulo de cabelo molhado, shortinho e chinelo... humm, vai certamente receber uns olhares de reprovação. Em contrapartida, não há no Rio padarias como as de São Paulo. Com aqueles buffets de café da manhã deliciosos, os melhores pães do Brasil, excelente patisserie, e um clima, vá lá, de sofisticação que enche os olhos.

Ainda falando de pessoas, só no Rio de Janeiro, você sai do trabalho e dá de cara com gente voltando da praia, de cadeira e barraca na mão, areia pelo corpo, como se estivessem em pleno final de semana ou feriado. E ninguém (além de mim, recém-chegada de Sampa) estranha essa visão! Isso é comum demais aqui, claro. A cidade tem praias por todo o lado, convidando seus moradores, de braços abertos, a um mergulho revitalizante.

E o trânsito. Não me canso de comparar o trânsito das duas cidades. A capital paulista sofre com a fama de ter os piores congestionamentos do Brasil. Mas não vejo muita diferença daqui pra lá não, dadas as dimensões das duas cidades. Costumo dizer que o trânsito de São Paulo é um trânsito "comportado". No Rio, morar na Barra e trabalhar no centro da cidade significa perder em média 3 horas de seu dia parado em congestionamentos. Com o agravante que os cariocas não respeitam faixa, sinal vermelho, cruzamento, vans... Sem falar nos ônibus! Motorista de ônibus MANDA na cidade. Hoje fiquei um tempo parada na Muniz Barreto, imaginando que havia algum acidente à frente, mas não, eram os ônibus que estavam em fila TRIPLA!!!

Mas aí, você vira a esquina na Rua São Clemente e dá de cara com... o Cristo Redentor! E aí qualquer mau humor é instantaneamente curado. Não há como não se emocionar, e lembrar que você está no Rio, e no Rio, vale tudo. Vale principalmente ser feliz sem se preocupar com dinheiro, com quanto vai entrar no final do mês, ou com quantos metros quadrados tem seu apartamento. Quando um pensamento desses vem à cabeça, basta ir à praia, mergulhar e encher de água salgada qualquer tristeza ou preocupação. No Rio, a vida é leve... e bela.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Pra quem gosta de viajar...

Demais esse blog: Vamos Viajar - Dicas de Viagem

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Fim da Folia com Mulheres de Chico

Fechar o Carnaval assistindo um grupo de mulheres entoando canções de Chico Buarque pra uma multidão (digo multidão mesmo) na Praça Antero de Quental no Leblon foi maravilhoso! E esse aglomerado de pessoas, de todas as idades, cantou e dançou animadamente durante horas ao som de Chico. Há tempos ouço falar do Grupo Mulheres de Chico, mas não imaginei que me encantaria tanto com a energia dessas mulheres (lindas!), em suas roupas rosa e vermelho, e adereços brilhantes, que alegraram o fim de tarde carioca. Foi demais! Fomos com um grupo, e levamos os meninos. João curtiu, se fantasiou de índio, jogou espuma, confete e serpentina. Até cantou!! Enquanto Guga, meu outro indiozinho, demonstrou um pouco de cansaço, e tirou uma soneca, em meio a toda folia. Uma pena não ter levado máquina fotográfica pra registrar a multidão, a beleza das Mulheres de Chico, e a energia contagiante das músicas do grande mestre. Tenho certeza que a máquina captaria essa energia. Revigorante!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Neide

Hoje é o último dia de trabalho da Neide, a babá dos meninos, conosco. Voltamos para o Rio, e por mais que quiséssemos muito que ela ficasse, sabemos o quanto é dolorido para ela ficar longe de sua família.  Ela entrou em nossas vidas quando Gustavo nasceu, há 4 anos, e simplesmente... faz parte de nossas vidas. Ela gentilmente concordou em nos auxiliar na adaptação dos meninos aqui no Rio. Mas chegou a hora de ir embora. A Neide foi muito mais do que uma babá: uma companheira, uma educadora, uma segunda mãe (não há como fugir do clichê). Poderia escrever um livro e não seria suficiente para declarar a importância da Neide para cada um de nós, ou a gratidão que sinto. Sei que ensinei muito a ela, mas certamente, aprendi muito mais. Aprendi a escutar, a delegar, a confiar a alguém aquilo que antes só cabia a mim: o cuidado com meus filhos. Com o passar do tempo, aprendi a amar uma pessoa que mal conhecia como se fosse da minha própria família. E Neide será eternamente parte da nossa família. Sentiremos muito sua falta, e eu, especialmente, sentirei muito a falta de sua presença iluminada em nossa casa.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Já no Rio...

Boa dica de passeio!

Fomos hoje ao Pier Mauá, que por si só já é um espetáculo, para ver a Exposição de Veleiros de diversos países que estão atracados por lá. Eles participarão de uma regata de 40 dias de duração, que sairá do Rio no domingo 7/2, e até lá estão abertos para visitação, que é gratuita.
O visual da Baía da Guanabara, combinado com as embarcações, e a ponte Rio-Niterói é deslumbrante!
Só o calor que é de rachar! Mas há uma área com mesas e quiosques de restaurantes do Rio, de Japonês a Pizza e crepe, para reabastecer as energias (bebendo muuuuita água, claro!).
Needless to say, os meninos adoraram entrar pelas embarcações, explorar as cordas que içam as velas, e ainda a exposição de tanques, canhões e armamentos do Exército e Marinha.
Vale a visita!
E assim, vou me readaptando ao Rio... aproveitando o visual lindo da cidade, porque a Natureza aqui foi bem generosa...