terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O cotidiano de duas cidades

Engraçado observar as diferenças entre Rio e São Paulo.

A começar pelas pessoas. As cariocas são mulheres naturalmente sensuais. Saio nas ruas de cabelo molhado e havaianas sem me sentir a mulher mais desarrumada do mundo. Pelo contrário. O Rio dispensa excessos nas produções. O bronzeado da pele já ilumina o visual. Não que uma maquiagem não seja benvinda. A mulher carioca é camaleoa, pode se produzir, ou ficar ao natural, que está sempre linda.

Experimente ir à padaria num domingo de manhã em São Paulo de cabelo molhado, shortinho e chinelo... humm, vai certamente receber uns olhares de reprovação. Em contrapartida, não há no Rio padarias como as de São Paulo. Com aqueles buffets de café da manhã deliciosos, os melhores pães do Brasil, excelente patisserie, e um clima, vá lá, de sofisticação que enche os olhos.

Ainda falando de pessoas, só no Rio de Janeiro, você sai do trabalho e dá de cara com gente voltando da praia, de cadeira e barraca na mão, areia pelo corpo, como se estivessem em pleno final de semana ou feriado. E ninguém (além de mim, recém-chegada de Sampa) estranha essa visão! Isso é comum demais aqui, claro. A cidade tem praias por todo o lado, convidando seus moradores, de braços abertos, a um mergulho revitalizante.

E o trânsito. Não me canso de comparar o trânsito das duas cidades. A capital paulista sofre com a fama de ter os piores congestionamentos do Brasil. Mas não vejo muita diferença daqui pra lá não, dadas as dimensões das duas cidades. Costumo dizer que o trânsito de São Paulo é um trânsito "comportado". No Rio, morar na Barra e trabalhar no centro da cidade significa perder em média 3 horas de seu dia parado em congestionamentos. Com o agravante que os cariocas não respeitam faixa, sinal vermelho, cruzamento, vans... Sem falar nos ônibus! Motorista de ônibus MANDA na cidade. Hoje fiquei um tempo parada na Muniz Barreto, imaginando que havia algum acidente à frente, mas não, eram os ônibus que estavam em fila TRIPLA!!!

Mas aí, você vira a esquina na Rua São Clemente e dá de cara com... o Cristo Redentor! E aí qualquer mau humor é instantaneamente curado. Não há como não se emocionar, e lembrar que você está no Rio, e no Rio, vale tudo. Vale principalmente ser feliz sem se preocupar com dinheiro, com quanto vai entrar no final do mês, ou com quantos metros quadrados tem seu apartamento. Quando um pensamento desses vem à cabeça, basta ir à praia, mergulhar e encher de água salgada qualquer tristeza ou preocupação. No Rio, a vida é leve... e bela.

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