quarta-feira, 14 de março de 2012

Mãe Super-Poderosa

Recentemente descobri que tenho um super-poder. Minhas mãos são mágicas!

Elas têm o dom de acalmar meninos-agitados-que não-querem-ir-pra-cama-no-horário-certo com um simples toque dos meus dedinhos por seu rosto, cabeça e corpo. Possui algum exemplar desses em casa? Então procure ver se você também é super-poderosa.

Depois que aderi às sessões de shiatsu oferecidas no meu trabalho, aprendi que 15 minutinhos de massagem relaxante faz milagres.

Resolvi, então, adotar a prática aqui em casa, resgatando as técnicas de shantala que tinha aprendido quando ainda eram bebês, e que apesar de me lembrar bem que funcionavam, sei lá por que, deixei de lado ao longo dos anos.

Pois não é que por mais agitados que estejam, eles instantaneamente se acalmam, relaxam e dormem??? Juro!

Tenho ou não tenho super-poderes?? #ficaadica

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

"The Help" - "Histórias Cruzadas"

Sim, sou uma manteiga derretida!
Choro ao menor estímulo, me emociono facilmente.
Mas hoje não fui só eu que me derreti assistindo ao filme "Histórias Cruzadas"-- que apesar de não traduzir em nada o seu título original em inglês, "The Help", traduz muito bem o sentido do filme. Quando as luzes se acenderam no cinema, não só as mulheres estavam fungando, mas também vários homens tossiam tentando disfarçar o choro preso na garganta e as lágrimas que cismavam em brotar nos cantos dos olhos.

Eu, claro, me entreguei ao choro. Fiquei sentadinha, esperando todo mundo sair, assistindo aos créditos, assistida pelo meu marido, que já conhecendo bem a esposa que tem, sacou logo alguns guardanapos do bolso para ajudar a me recompor.

O filme é lindo. Conta uma linda (e verdadeira) historia passada na década de 60, no auge da segregação racial nos Estados Unidos, no estado do Mississippi, um dos estados mais conservadores (e racistas) daquele país. Uma jornalista, branca, idealista, resolve escrever um livro contando historias relatadas pelas empregadas domésticas negras da época, a partir de suas perspectivas em relação às suas patroas brancas. Apesar de ser um drama, o filme rende boas e gostosas gargalhadas!

O tema já foi abordado em várias outras obras, livros, filmes, e sempre, sempre me toca profundamente, por conta da crueldade e audácia de que o ser humano é capaz. Hoje não foi diferente.

A diferença é que esse filme nos lembra como nossas vidas estão intimamente ligadas às vidas de nossas empregadas, babás. Nossas ajudantes. The Help. Como nossas histórias são tão cruzadas. E como, apesar de passados tantos anos, muita coisa que ali foi retratada não mudou. As nossas ajudantes continuam vindo de longe, continuam pegando mais de uma condução, continuam ganhando salários baixos, utilizando um banheiro separado, deixando seus filhos de lado para tomar conta de nossos filhos e continuam sendo, em sua maioria, negras.

Não quero escrever aqui sobre racismo, nem quero criar polêmica, ou levantar qualquer bandeira. Longe de mim tentar ser hipócrita sobre esse assunto, já que assumo minha mea culpa em relação ao papel de "patroa" que desempenho nessa realidade.

Quero só registrar o quanto o filme me fez ver que preciso me esforçar muito pra continuar passando valores sólidos aos meus filhos, sobre a importância de respeitar o próximo, de fazer o bem, de querer bem a quem quer que seja, de não fazer distinção de cor ou classe social, de tratar o próximo como igual, sempre, e não julgar uma pessoa por sua aparência ou somente por sua posição social. (No filme, há uma personagem que faz o tipo "loira gostosona", que ao primeiro olhar poderia ser já taxada como fútil e vazia, e no entanto, era de uma pureza e bondade emocionantes. Sua personagem, e a interação com a personagem que fazia sua empregada, me tocaram muito.)

Em casa, temos uma preocupação especial (e natural) em relação a isso. Tanto eu como meu marido temos horror e ficamos indignados quando vemos cenas de desrespeito a garçons, porteiros, empregadas domésticas, caixas de supermercado... E como todos sabemos, estas cenas, infelizmente, não são raras. Ensinamos nossos filhos a dizer "obrigado", "por favor", "com licença" quando são servidos ou necessitam de algo. Minhas ajudantes sempre souberam o quanto são importantes em nossas vidas e fazemos questão que os meninos também tenham total consciência disso.

Mas hoje saí do cinema com a sensação de que tudo isso ainda é pouco, muito pouco. É preciso muito mais para criar uma nova geração de pessoas que se respeitem e que valorizem os serviços prestados por aqueles que atuam como nossos ajudantes, e que cruzam nossas vidas diariamente.

Foi essa a sensação. Não conseguiria dormir hoje sem colocar isso tudo pra fora.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Escola nova

2012 começou com novidades escolares na vida dos meus meninos. A primeira delas, foi o fato de, pela primeira vez, estudarem em escolas diferentes. Depois de muito sofrimento de nossa parte, já que eu e Gordo ficamos muito apreensivos sobre como seria para eles não estudarem no mesmo colégio, não houve como evitar.

Para nós, levará um certo tempo para ajustar a logística da entrada e saída, que acontecem ao mesmo tempo, a apenas 1,5km de distância de uma escola para a outra, mas com muito trânsito no meio do caminho.

Para o Guga, a novidade foi sua estreia no Ensino Fundamental! Está se sentindo "grande"! Queria até mochila de carregar nas costas (mas bati o pé e o convenci a continuar com uma mochila de rodinha) e quer comprar lanche na cantina toda sexta. Cedi a esse último pedido.... Afinal de contas, ele está mesmo crescendo.

Para o João, 2012 trouxe aquele friozinho na barriga do primeiro dia de aula em uma escola nova. Como nos mudamos de São Paulo pro Rio, isso não é novidade na vidinha dele, que aliás sempre tira de letra qualquer alteração em sua rotina. Mas é impossível escapar do friozinho na barriga que o primeiro dia de aula em uma nova escola pode provocar.

Um dia antes do início das aulas, teve reunião de pais da turma, e lá fomos nós (pai e mãe) conhecer a sala de aula, a professora, os outros pais... A turma é composta por alunos que estudam juntos desde o Jardim III, portanto todos já têm muita intimidade, para muitos, a amizade já ultrapassou os limites dos portões do colégio. Um grupo bem bacana!

Curioso foi o frio na barriga que EU senti (logo eu, macaca velha e escaldada no quesito mudança!), ao me reconhecer também uma novata naquele grupo já tão entrosado!

E esse blá blá blá todo foi pra dizer que quando olhei em volta, para aqueles pais que se cumprimentavam com tanto afeto, minha memória automaticamente remeteu às reuniões da primeira escolinha do João em São Paulo, a Villacor, onde conheci amigos que fazem parte da nossa historia desde o primeiro ano de vida do João até os dias de hoje. Amigos que nos acompanham apesar da distância, e que vão sempre fazer parte da minha memória "escolar".

Por um instante naquela reunião, olhei para os lados, e senti vontade de voltar no tempo, para aquela salinha de aula lá da Villacor, e poder reconhecer os rostos afetuosos daquele grupo tão querido. Meus olhos se encheram d'água e meu coração de felicidade, por ter passado momentos tão especiais ao lado dessas grandes amigas.

Sá, Bia, Duda, Dri, Dani, Cátia... esse post é pra vocês! Obrigada pelos momentos especiais que passamos lá naquela casinha pequenina que era a Villacor.

Ah, e só pra finalizar: o primeiro dia de aula do João foi ótimo! Um anjinho chamado Pedro, espontaneamente, se ofereceu para mostrar cada cantinho da escola a ele durante o temido 'primeiro recreio' . O tour passou até pela enfermaria, "caso você caia e se machuque jogando futebol" - disse o amigo. Acho que nasce aí uma bela amizade...

E Guga? Bem, esse tava em casa! Já se sente o dono da escola. Circula por ela com grande desenvoltura! E pela primeira vez não é o "irmão do João"... Não é que Deus escreve mesmo certo por linhas tortas?!