quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Arrumando as malas pela 16a vez.

Sério. Acho que Deus, quando foi me colocar naquela trouxinha da cegonha, em direção à casa dos meus pais, soprou assim no meu ouvido:

-- Menina, você vai passar a vida se mudando de casa. Esse será o seu destino. Seu karma.

E assim me mandou, não à toa, a Boa Vista - RR, onde meus pais moravam quando me deram a luz. E daí começou a perambulação pelo mundo. De Roraima ao Rio de Janeiro, ao Piauí, de volta ao Rio, Niterói, Rio de novo (em dois endereços diferentes), Brasília, Flórida - EUA, Rio de Janeiro (dessa vez pode contar 5 mudanças !!!!), São Paulo (mais 2 mudanças), e Rio de novo, agora para um segundo endereço nessa passagem pela cidade. Ufa!

Cada mudança teve um sabor. Algumas sabor de novos ares, de otimismo, de esperança, de vida nova! Outras, poucas, de contragosto. Mas todas, sem exceção, sabor de saudade.

Quando me casei, pensei: agora acabou! Vou fincar minhas raízes em um único solo, como uma Mangueira ou um Jequitibá. E ali vou ficar até o fim da minha vida. Criar meus filhos debaixo da sombra da minha copa. Envellhecer ali, vê-los crescer, do mesmo lugar, e por fim, acolher os netos ainda sob a mesma sombra.

Ledo engano.

E por mais know-how que eu tenha acumulado, com esse histórico digno de uma cigana, a cada nova alteração de logradouro, tenho sentido uma dificuldade enorme em encarar a mudança com olhar de esperança de vida nova.

Pode ser que eu esteja, nesse exato momento, sob a influência do desânimo da visão das dezenas de caixas de papelão empilhadas pela casa adentro, à espera do transporte para seu novo local de residência, onde ficarão empilhadas por mais alguns dias ou semanas, até que se encontre o lugar exato para cada peça, cada papel, cada utensílio doméstico.

Pode ser que daqui a 1 mês (olha como estou otimista!), eu escreva sobre como estou adorando meu novo lar, a nova vizinhança e os novos pontos do bairro recém-descobertos.

Pode ser....

Mas já vou adiantando por aqui, que, infelizmente ou felizmente, essa não será a última mudança da minha vida. O apartamento não é próprio, portanto minha estadia por lá ainda será provisória.

Daqui a 1 mês retorno, já sem a visão das caixas sufocando a minha respiração. Quem sabe não retorno mais animadinha...

2 comentários:

Ju De Mari disse...

Oi, querida! Te achei aqui!!! Pois é, em janeiro eu mudo de casa também e já estou no processo de limpeza do que não quero carregar, sabe assim? De todo modo, as caixas serão inevitáveis. Ah, também tenho um blog: www.vivaobarrigao.blog.br

Beijos Ju De Mari

By Flavia Tanaka disse...

Oi, Ju! Que bom te ver por aqui. Criei esse blog há algum tempo pra registrar meus pensamentos, e apesar de muitas vezes não ter tempo para atualizá-lo, escrever me faz um bem danado pra organizar as ideias. Adoro! Seja bem-vinda (ou benvinda, como manda a Reforma Ortográfica). Bjs (vou agora visitar o seu)